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45% dos transplantes do Ceará em 2023 foram de rim.
Todos os anos, a segunda quinta-feira do mês de março é marcada pela celebração do “Dia Mundial do Rim”. A data foi criada para convidar a sociedade a refletir sobre os perigos das doenças renais e a necessidade de um maior cuidado com tais órgãos. De acordo com dados da plataforma IntegraSUS, em 2023, foram realizados 24 transplantes de órgãos no Ceará, destes 11 foram de rim, seja com doadores vivos ou falecidos. Ou seja, até o momento, os transplantes renais correspondem a 45,8% dos procedimentos realizados no estado, ficando atrás apenas dos transplantes de fígado.
Em 2022, contudo, a estatística não foi muito diferente. Dos 432 transplantes realizados em solo cearense, 204 foram renais, representando uma taxa de aproximadamente 47,2%. Se comparados com os dados compilados sobre 2021, quando houve 193 procedimentos do tipo, é possível perceber que houve aumento de aproximadamente 4,6% no número de transplantes de rim no Ceará. Somente em Fortaleza, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que há 1.920 pacientes renais crônicos dialisando em clínicas contratualizadas pela secretaria.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), por sua vez, estima que, em todo o Brasil, 140 mil pessoas sejam pacientes de diálise atualmente. Além disso, até 2040, há o risco de que a doença renal crônica possa tornar-se a quinta maior causa de morte no mundo. A SBN acredita ainda que 1 a cada 10 brasileiros vive com algum grau de doença renal crônica. Os cálculos também apontam que 11% da população mundial vive com uma doença renal, número que corresponde a cerca de 850 milhões de pessoas. Anualmente, o problema tira a vida de 2,4 milhões de indivíduos.
Nesse sentido, o presidente da Associação das Clínicas de Diálise do Estado do Ceará (ACLIDEC), Moisés Santana, explica que doenças como diabetes, hipertensão e as nefrites se destacam como as principais causas de doença renal crônica em todo o planeta. “Hoje, sem sombra de dúvida, a obesidade, o uso abusivo de álcool, a automedicação e o não controle das doenças que causam as doenças renais são os principais fatores que levam uma pessoa a desenvolver a doença renal crônica”, alerta.
O rim é um órgão com diversas funções como regulação, produção e excreção. “O rim regula a temperatura corporal e a quantidade de líquido no corpo, produz um hormônio chamado eritropoietina e excreta os produtos do metabolismo como uréia e como creatinina. É um órgão extremamente importante para o corpo”, afirma o nefrologista.
Santana explica que o transplante é necessário quando o rim do paciente perde a função adequada, ou seja, quando funciona menos do que 10%. “Essa pessoa precisa de uma terapia renal de substituição que pode ser a hemodiálise, a diálise peritoneal ou o transplante renal”, conta. Nesse contexto, o especialista explica que os principais sintomas de alerta para doenças renais são: urina espumosa, pressão descontrolada, anemia não corrigida e edemas ou inchaços. “Tudo isso é indicativo de que você pode ter um problema renal”, aponta, lembrando que pacientes que não sentem vontade de comer, ou ainda, que possuem náuseas ou algum sintoma de uremia também devem procurar auxílio médico.
Nesse contexto, o presidente da ACLIDEC destaca que existem outros grupos de risco para doenças renais além dos diabéticos e hipertensos, são eles os idosos e pessoas com doença autoimune. “Esses pacientes são mais propícios a desenvolver a doença renal crônica de uma forma geral”, pontua.
Em alusão ao “Dia Mundial do Rim”, a Prefeitura de Fortaleza promoverá, nesta quinta-feira, uma roda de debate sobre a saúde dos rins. “Estes debates qualificam o serviço público e convidam os profissionais a refletirem sobre a importância do rastreio da doença renal crônica na população, visando à prevenção e diagnóstico precoce de doenças”, declarou o coordenador da Atenção Primária e Psicossocial de Fortaleza, Erlemus Soares. O evento acontecerá na sede da SMS e contará com a participação de representantes da Fundação do Rim e da SBN.
Fonte: O Estado.


