Temporada de ventos no CE pode agravar quadros respiratórios.

 Temporada de ventos no CE pode agravar quadros respiratórios.

O início do segundo semestre do ano é marcado pela temporada em que ocorrem ventos mais fortes em todo o Nordeste. Apesar do período ser considerado positivo para a prática de esportes náuticos e para o turismo, por exemplo, médicos do Ceará vêm alertando que a época também pode acabar agravando quadros de doenças respiratórias como asmas, gripes, resfriados, rinites, sinusites, bronquites, amigdalites e faringites. Nesse sentido, especialistas afirmam que o cuidado deve ser redobrado, principalmente, com as crianças abaixo de 5 anos e as pessoas mais alérgicas.

Camila Gondim é pediatra da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro José Walter e afirma que a união entre a temporada de ventos e a volta às aulas, que tradicionalmente ocorre no começo de agosto, pode prolongar o cenário de aumento de casos de doenças respiratórias. “As crianças, principalmente as que já tinham a tendência de serem mais sensíveis aos ventos como as que têm asma e rinite alérgica, voltam para o meio escolar, o que aumenta o contato com outras crianças e, consequentemente, a possibilidade de se contaminar com infecções virais, o que pode gerar um aumento no número de crises e maior quantidade de atendimentos”, explica.

Por isso, a especialista considera fundamental adotar hábitos em casa para prevenção desse tipo de problema. Entre eles, destacam-se manter o ambiente sempre limpo, evitar o uso de ventiladores ou mantê-los higienizados e ainda evitar objetos que possam propagar poeira ou mofo como ursos de pelúcia, cortinas, tapetes e almofadas. “Também é necessário ficar longe de locais aglomerados e deixar janelas fechadas. É importante manter o corpo hidratado, manter uma alimentação saudável e praticar atividade física para fortalecer o corpo”, aconselha a Dra. Gondim, acrescentando que caso os pequenos comecem a apresentar sintomas como cansaço excessivo ou esforço para atividades básicas como comer, será necessário procurar atendimento em uma UPA. Para sintomas mais leves, a recomendação é buscar auxílio em um dos postos de saúde de Fortaleza.

A temporada de ventos ocorre pouco tempo após o fim do período chuvoso no Ceará, que também é considerado uma época de aumento significativo nos quadros de doenças respiratórias. Até maio deste ano, por exemplo, o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) já havia realizado 2.964 consultas de pneumologia, o que corresponde a uma média de 343 atendimentos por mês. Durante todo o ano passado, foram 4.481 consultas de pneumologia na unidade. O pneumologista pediátrico do Hias alerta que, com os ventos mais fortes, as crianças que possuem asma podem entrar em crise. Além disso, há o risco de que casos de vírus sincicial respiratório (VSR) evoluam para uma pneumonia. “Geralmente, o estado geral dos pacientes com síndromes gripais não é grave, embora alguns possam apresentar uma diminuição das atividades e do apetite. Quando a criança não consegue beber água, aceitar medicação oral, recusa brincar ou tem vômitos, é preciso uma avaliação mais criteriosa e cuidados adicionais”, pontua Bernardo Rodrigues de Paiva Júnior.

Além das crianças, os idosos são uma outra faixa etária que requer atenção especial durante a temporada. “Os ventos fortes carregam muita poeira, pólen e fumaça, fatores que irritam a mucosa brônquica e aumentam a predisposição a crises, principalmente nos asmáticos e alérgicos em geral”, detalha a pneumologista do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), Isaura Espínola. A recomendação dela é que a população busque utilizar máscaras ao sair de casa, evite o contato próximo com animais de estimação, evite a exposição aos agentes poluentes e lave as vias aéreas com soro fisiológico. Pacientes crônicos, por suas vezes, devem ainda lembrar de manter as vacinas contra gripe e pneumonia sempre atualizadas.

Fonte: O Estado.

J Cabral

http://reporterjcabral.com.br/

J Cabral Repórter correspondente das noticias do Ceará, da TV Sol Talismã de Salgueiro-PE e Rádios da Região.

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