Mais de 300 pessoas foram salvas de afogamentos no CE em 2023.

Entre janeiro e agosto deste ano, os agentes do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) foram responsáveis por salvar a vida de 366 pessoas que estavam se afogando nas praias do litoral do Estado. O número divulgado representa uma redução de 18% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando 441 vidas foram salvas nesse tipo de situação. Para a corporação, a diminuição está diretamente relacionada com os impactos causados pelas ações de prevenção que vêm sendo desenvolvidas. “O principal fator de afogamento está relacionado ao uso de bebida alcoólica e diversão na água, o que não combina de forma alguma. O risco de se acidentar com o uso de álcool é muito grande na água”, explica o capitão Rodrigo Carneiro, comandante da 1ª Companhia de Salvamento Marítimo.

De acordo com ele, desconhecer as características do local escolhido para os momentos de descontração também é um fator que costuma influenciar nas situações de risco enfrentadas pelos banhistas. Com a chegada do feriado de 7 de setembro, a ser comemorado na próxima quinta-feira, os agentes prepararam um planejamento especial para evitar que acidentes aconteçam. “Temos a previsão de readequar os serviços no 7 de setembro […] Nós aumentamos o número de postos ostensivos nas praias e o número de militares que trabalham nesses postos. Tudo para dar maior segurança à sociedade que vai se divertir em meios líquidos”, detalha.

Praia do Futuro

Em Fortaleza, a Praia do Futuro frequentemente se destaca entre os locais com o maior número de casos de afogamentos. Somente neste ano, tal praia corresponde a 80% dos resgates registrados. Na última semana, inclusive, um turista carioca de 48 anos foi salvo após se afogar no local por ter sido levado pela correnteza.

A porcentagem relativa à Praia do Futuro é significativamente distante até mesmo do segundo lugar do ranking, a cidade de Caucaia, que teve 9% do total. Em terceiro lugar aparece a praia de Jericoacoara, com 6% dos casos. “Sempre devemos nos divertir perto de postos de guarda vidas, perguntar qual o local mais indicado para os banhos e respeitar a sinalização. Todas as praias têm suas características e seus riscos, nós temos que entender esses riscos e usar a prevenção”, aconselha o capitão.

Correntes de retorno

Atualmente, o Ceará se encontra em meio a temporada de ventos, o que atrai muitos praticantes de esportes náuticos. Rodrigo Carneiro explica que a presença dos ventos mais intensos não impacta diretamente no aumento dos riscos para os banhistas especificamente, mas que a temporada pode fazer com que criem-se alguns tipos de correntes de retorno a mais ou a menos nas praias. “Não é nada que impacte severamente na vida dos banhistas, o que eles têm que saber é que em todo e qualquer período do ano, há um risco na diversão em ambiente aquático”, aponta.

Conforme dados do CBMCE, as referidas correntes são as principais causadoras de afogamento no mar e costumam aparecer em locais rasos. São caracterizadas por águas mais escuras, com pouca ou nenhuma onda. Tal aparência de tranquilidade confunde a população.

Orientações

O comandante do CBMCE afirma que, caso se depare com uma pessoa em situação de afogamento, o primeiro passo sempre deve ser ligar para o 193 e aguardar o resgate. “O que você pode fazer é, com segurança, jogar ou entregar algum meio flutuante para que aquele afogamento venha a cessar”, recomenda, destacando que não é indicado, em qualquer hipótese, tentar entrar na água para prestar socorro à vítima. “No salvamento aquático, você necessita de uma capacidade técnica e física muito grande”, pontua.

Nesse mesmo sentido, caso um banhista perceba que entrou em uma área de correnteza e não consegue sair, deve-se pedir socorro de maneira imediata. O cuidado com as crianças deve ser ainda maior. A distância que os responsáveis devem manter dos pequenos é de apenas um braço e jamais devem perdê-las de vista, uma vez que integram um público mais vulnerável.

Fonte: O Estado.