Vendas de carros elétricos crescem 60% no Ceará

As vendas de carros elétricos e híbridos continuam crescendo no Ceará. De janeiro a setembro deste ano, 1.208 veículos da categoria foram emplacados no estado, 59,10% a mais do que no mesmo período do ano passado (758). Os dados são do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE).

Os dados do Ceará acompanham a evolução do cenário nacional. Em todo o país, as vendas de carros elétricos também seguem crescendo. Só em outubro deste ano, 2.370 veículos da categoria foram comercializados. O dado observa um crescimento de 272% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 636 unidades de carros elétricos foram vendidas. Se comparado a setembro, o aumento é de 29,5%. Segundo estatística da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o modelo mais comercializado do período foi o BYD Dolphin, que teve 1.366 unidades vendidas.

O hatch, lançado no Brasil em julho deste ano, ocupa a liderança com boa vantagem para o segundo colocado, o BYD Yuan Plus, que teve 215 registros. Em terceiro está o Volvo XC40 com mais de 130 emplacamentos. Com os emplacamentos deste mês, o total da frota de eletrificados (híbridos e elétricos) em circulação no Brasil agora é de 193.486 veículos. Isso se considerarmos o período entre janeiro de 2012 a outubro de 2023, série histórica da ABVE.

Fábrica na Bahia

O avanço da comercialização de veículos elétricos e híbridos no Ceará poderá ser potencializado pela chegada da montadora chinesa BYD (Build Your Dreams) no Nordeste. Em outubro, a marca lançou a pedra fundamental do complexo industrial para a produção de veículos elétricos em Camaçari, localidade a 50 km de Salvador. O investimento é R$ 3 bilhões com meta de iniciar a produção no quarto trimestre de 2024.

A BYD assume o parque industrial que era da Ford, montadora norte-americana que atuou na Bahia entre 2001 e 2021. As benfeitorias do complexo foram compradas pelo governo baiano por R$ 220 milhões após acordo com a Ford. O complexo será repassado para a BYD por meio de uma concessão, e será composto por três fábricas. Uma será dedicada à produção de carros elétricos e híbridos, com capacidade estimada em 150 mil unidades ao ano na primeira fase, podendo chegar a 300 mil unidades.

Imposto

A partir de janeiro de 2024, carros elétricos e importados pelo Brasil voltarão a recolher Imposto de Importação. O retorno será de forma gradual, até atingir os 35% em 2026. Para os automóveis movidos apenas a bateria, a taxa começa em 10%. A decisão foi aprovada pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Cacex), que atendeu a uma solicitação do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). A medida foi comemorada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), e criticada pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), para quem a decisão representa o fechamento do mercado brasileiro. A tarifa foi suspensa para os modelos elétricos em 2015, e reduzida para os híbridos. Na época, a justificativa foi o incentivo à entrada no País de veículos com as novas tecnologias de propulsão, mais sustentáveis em termos de emissão de CO2.

Fonte: O Estado.