Ceará exporta 36,6 milhões de pares de calçados

 Ceará exporta 36,6 milhões de pares de calçados

O Ceará exportou 36,6 milhões de pares de calçados em 2023, movimentando US$ 265,44 milhões. O montante representou recuo de 8,7% em relação ao ano anterior. Ainda assim, o estado figurou como o segundo do país que mais exportou o produto, ficando atrás somente do Rio Grande do Sul, o maior exportador de calçados do país, de onde saíram 35,3 milhões de pares, movimentando US$ 544,82 milhões nos cofres do estado. O volume, no entanto, representa queda de 17,5%, e de receita em torno de 11,6% frente a 2022.

Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Segundo relatório do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), os calçados de borracha ou plástico com partes superiores em tiras ou correias continuam sendo populares em exportação no Ceará, tendo como principais destinos a Argentina (com um aumento de 6,6% em relação ao ano anterior) e os Estados Unidos (com uma redução de 47%).

O município de Sobral foi o que mais se destacou no setor de calçados, movimentando US$ 117,77 milhões, representando 5,8% do total do estado. Apesar de uma redução de 8% nas exportações, o município manteve sua relevância no setor calçadista, que compõe 95% das exportações locais. Na avaliação da presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Empreendedorismo (IDESE), Marta Campelo, a exportação dessa quantidade de pares de calçados pelo Ceará em 2023, com uma receita de US$ 265,44 milhões, representa um dado muito positivo para a economia cearense. “Apesar de representar um recuo de 8,7% em relação ao ano de 2022, esse resultado ainda mostra a força da indústria calçadista em nosso estado.

A queda nas exportações pode ser atribuída a vários fatores, como flutuações no mercado internacional, variações cambiais ou mudanças nas dinâmicas do comércio internacional”, destacou. O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, lembra que o movimento de queda era esperado, especialmente diante do desaquecimento das economias dos Estados Unidos e Europa, com altas taxas de juros e inflação recorde. “Os Estados Unidos, principal destino do calçado brasileiro no exterior, puxaram os números ainda mais para baixo.

A queda para aquele mercado foi três vezes maior, em proporção, do que a queda das exportações em geral”, disse. Ainda segundo ele, além disso o mundo contou com a retomada da produção chinesa, que aumentou a concorrência internacional. Na avaliação de Marta Campelo, o segmento de calçados é um dos pilares da economia cearense. “A exportação desses produtos tem um papel preponderante na geração de emprego e renda, contribuindo de forma significativa com o desenvolvimento econômico do nosso estado.

O declínio nas exportações pode provocar impactos diretos na cadeia da indústria calçadista, especialmente para os fabricantes e para os trabalhadores desse segmento de tanta relevância para a economia local”, disse. No cenário nacional, o principal destino do calçado brasileiro foram os Estados Unidos. Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram embarcados 10,64 milhões de pares e US$ 227 milhões, quedas tanto em volume (-40,4%) quanto em receita (-32%) em relação a 2022. Em segundo lugar aparece a vizinha Argentina. No período, foram embarcados para lá 14 milhões de pares e US$ 223,8 milhões, queda de 11,8% em volume e incremento de 24,8% em receita na relação com 2022.

Importações No sentido contrário ao das exportações, cresceram as importações de calçados no ano. Entre janeiro e dezembro, entraram no Brasil 28,36 milhões de pares por US$ 442,73 milhões, altas tanto em pares (+9,8%) quanto em receita (+20,6%) em relação a 2022. As principais origens seguem sendo os países asiáticos. Somente Vietnã, Indonésia e China responderam por mais de 80% dos calçados que entraram no Brasil. A principal origem das importações no ano foi o Vietnã (9,5 milhões de pares e US$ 213 milhões, incrementos de 15,6% e 21,4%, respectivamente, ante 2022).

Fonte: O Estado.

J Cabral

http://reporterjcabral.com.br/

J Cabral Repórter correspondente das noticias do Ceará, da TV Sol Talismã de Salgueiro-PE e Rádios da Região.

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