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Ceará perdeu mais de 28 mil vidas durante a pandemia.
Na última sexta-feira, 05, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da emergência global de covid-19. Desse modo, após um pouco mais de 3 anos, chega ao fim a crise internacional de saúde decretada em março de 2020. De acordo com dados da plataforma IntegraSUS, da Secretária de Saúde do Estado (Sesa), durante o período, o Ceará perdeu 28.178 vidas em decorrência da doença. No total, foram mais de 1,4 milhão de casos confirmados, dos quais cerca de 1,3 milhão conseguiram se recuperar.
Para divulgar o decreto, a OMS considerou que houve um declínio global significativo no número de mortes, hospitalizações e, de modo geral, dos riscos à saúde humana. No entanto, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, deixou claro que o vírus ainda existe, continua fazendo vítimas fatais ao redor do planeta e também está se modificando. Por isso, não é recomendado que os países baixem a guarda. “Se precisar, não vou hesitar em declarar outra emergência”, disse.
A infectologista da Rede OTO, Dra. Glaura Fernandes, explica que embora em alguns locais haja um número reduzido de casos, em outros, o vírus ainda tem transmissão sustentada. “O fato de haver uma declaração de que o covid não é mais uma emergência em saúde, não significa que nós não devemos mais nos preocupar com ele e com as medidas de segurança”, pontua.
Nesse sentido, é importante destacar que, na semana passada, a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) informou que o Ceará apresentou um aumento na quantidade de síndromes gripais respiratórias agudas (SRAG) entre os dias 16 e 22 de abril. O Estado esteve ainda em risco tanto pelo número de casos quanto pelo número de óbitos relacionados com tais síndromes. Nas seis semanas anteriores, o Ceará registrou tendência de crescimento no número de SRAG. Porém, quando avaliadas apenas as três semanas anteriores, é possível perceber estabilidade nos índices. De acordo com dados da plataforma IntegraSUS, atualmente, ainda há 17.151 possíveis casos de covid-19 em investigação em todo o Estado.
Além disso, devido à sazonalidade, foi percebido um aumento no atendimento de crianças com síndromes gripais nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Fortaleza. Fato este que fez com que a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) passasse a disponibilizar, durante os meses de maio e junho, atendimento pediátrico de emergência em 21 postos de saúde da capital sem a necessidade de agendamento prévio.
Ao anunciar a medida, Paulo Everton, que é secretário adjunto da Saúde do Município, detalhou que muitos dos casos são leves e estão dentro do perfil de atendimento dos postos de saúde. De acordo com a SMS, entre janeiro e abril, mais de 38 mil crianças foram acolhidas por síndromes gripais nos postos de saúde e nas UPAs gerenciadas pelo Município. Já no Hospital da Criança, nos três primeiros meses do ano, foram mais de 6 mil atendimentos, dos quais 257 necessitaram de internação.
A Dra. Glaura Fernandes explica que a covid-19 veio para ficar e é uma doença que, provavelmente, deve aparecer com maior frequência nas épocas onde as síndromes respiratórias são mais presentes. “Provavelmente, nós vamos ter que ficar fazendo o uso da vacinação anual, assim como é feito na Influenza. A vacina é atualizada para pegar um número maior de sorotipos da doença e adequar o imunizante ao que foi visto pelo sentinela no ano anterior”, esclarece. Por isso, a médica recomenda que se mantenham medidas fundamentais como a higienização das mãos; a utilização de máscaras, principalmente em caso de sintomas gripais; e a abstenção de eventos, se porventura não estiver saudável.
Vacinação
A imunização contra a covid-19 foi ressaltada pela OMS como uma das causas que tornaram possível o decreto que finalizou a emergência mundial. Ao redor de todo o planeta, foram aplicadas mais de 13,3 bilhões de doses. No Ceará, até o último dia 03 de maio, mais de 25,6 milhões de doses dos imunizantes haviam sido administradas, conforme dados do Vacinômetro da SESA. A SMS informou que, somente em Fortaleza, até o dia 1º de maio, foram aplicadas mais de 7,1 milhões de doses da vacina contra covid-19, distribuídos entre D1, D2, D3 e D4. “A vacinação entra como uma grande arma de proteção da população para que, caso algum paciente adoeça, que a doença seja breve e a liberação do vírus seja em bem menor quantidade. Com isso a gente consegue diminuir a cadeia de transmissão”, orienta a infectologista.
Fonte: O Estado.


