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Ceará tem mais 19 casos prováveis de monkeypox.
Na última sexta-feira, 19, a Secretaria de Saúde do Estado (SESA) disponibilizou, na plataforma IntegraSus, um painel com todas as informações necessárias sobre o cenário de varíola dos macacos no Ceará. Até o momento de produção deste texto, em todo o estado já havia 358 suspeitas notificadas, destas 115 foram descartadas após análise laboratorial e 174 seguem em investigação.
A Sesa também anunciou um plano de contingência que orientará como cada área deve agir diante de um possível caso. Além disso, o Comitê de Operações Especiais se reunirá semanalmente para definir estratégias de prevenção e combate. Os profissionais de saúde poderão tirar dúvidas pelo Telessaúde e, por fim, os boletins semanais com atualizações sobre os casos continuarão sendo realizados. “Cada município tem sua responsabilidade, o processo de educação em saúde e o autocuidado são fundamentais para que a gente possa ter o sucesso esperado”, disse o secretário da Saúde do Ceará, Carlos Hilton.
Entre as 5 cidades cearenses com confirmações, Fortaleza se destaca por ser a única com mais de um caso, somando 25 pacientes no total. Os outros municípios são Caucaia, Jijoca de Jericoacoara, Russas e Sobral. Dessa forma, ao todo, o Ceará tem 29 casos confirmados da chamada “monkeypox”. É válido ressaltar que, na última quarta-feira, 17, a Sesa confirmou que 8 dos casos registrados em Fortaleza são autóctones, ou seja, de transmissão local. “Nos outros municípios nós ainda não conseguimos dizer que é transmissão comunitária”, afirmou a secretária executiva de Vigilância em Saúde, Sarah Mendes.
Até o momento, todos os pacientes infectados são do sexo masculino. De acordo com a plataforma IntegraSus, porém, entre os casos em investigação, o Ceará tem 19 prováveis pacientes com monkeypox. Destes, 6 suspeitas são de mulheres, das quais 3 estão na faixa etária de 20 a 29 anos.
A médica infectologista do Hospital São José, que é referência para o tratamento no estado, e presidente da Sociedade Cearense de Infectologia (SCI), Lisandra Damasceno, acredita que a transmissão comunitária é um sinal de alerta. “Inicialmente, nós tivemos alguns casos de pessoas que vieram de outras regiões do Brasil, onde provavelmente ocorreu a contaminação e, agora, a gente tem essa transmissão que se origina dentro da nossa região”, relembra.
Nesse contexto, para evitar o contágio, a médica explica que as pessoas que estão sob suspeita precisam ficar isoladas e familiares e parceiros devem evitar o contato próximo por um período de 3 a 4 semanas. “Sob suspeita estão as pessoas que têm o aparecimento dessas lesões na pele, na região genital, ou na mucosa oral, muito dolorosas ou apresentam dor anal, em alguns pacientes que aparecem sem qualquer bolha”, detalha. Nesses casos, Damasceno aconselha que as Unidades de Saúde sejam procuradas para que os pacientes sejam orientados e realizem testes para confirmação ou não do diagnóstico.
Mesmo com o cenário crescente de casos, Lisandra Damasceno defende que a varíola dos macacos não tem grande potencial para tornar-se uma pandemia. “Para uma pandemia, eu diria que precisa-se de vários fatores como uma transmissão rápida e sustentada dentro de várias regiões do mundo; precisa ser uma doença mais letal, como era o caso da covid, mas não é o da varíola dos macacos; e ela precisaria ser uma ameaça para a paralisação do comércio, o que também não é o caso”, opina. Além disso, a infectologista relembra que alguns grupos estão teoricamente protegidos da doença, uma vez que são vacinados contra a varíola humana, que já se sabe que tem alguma proteção cruzada para a monkeypox.
Fonte: O Estado.


