Economistas esperam que BC manterá Selic a 15% e diminuem previsão da inflação.
Em 2022, Ceará registrou mais de 169 mil raios.
O Sistema de Monitoramento em Alerta, que é operado pela Enel Distribuição Ceará em parceria com a Climatempo, registrou até 29 de novembro de 2022 mais de 169.746 raios em todo o estado, revelando um aumento de 73% em relação a todo o ano de 2021, quando foram contabilizados 97.795 descargas atmosféricas. Até o momento, o município mais afetado foi Granja, com 9.082 raios, sendo seguido por Santa Quitéria, com 5.086; Morada Nova, que registrou 4.679 descargas elétricas; Crateús, com 3.696; e Ipueiras, com 3.415.
Na lista de 2021, Granja e Santa Quitéria também ocuparam os primeiros lugares com mais de 7 mil e 3 mil raios detectados pelo sistema, respectivamente. No entanto, no ano passado, os três outros municípios mais afetados eram, em ordem, Viçosa do Ceará, que teve 2.786 descargas elétricas; Crateús, que teve 2.624 e, apesar de ter mantido a mesma posição, registrou também aumento na quantidade de raios; e Sobral, que contabilizou 2.518 descargas elétricas.
De acordo com Agustinho Brito, meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a formação de raios está associada, inicialmente, com pequenas formações de descargas elétricas dentro das nuvens de tempestade do tipo cumulonimbus. “Os raios são resultantes da diferença de cargas elétricas das partículas dentro das nuvens, entre as nuvens e também das nuvens para a superfície. A maioria das nuvens de tempestade tem um centro de cargas negativas embaixo e um centro de cargas positivas na sua parte superior funcionando, por exemplo, como uma pilha”, explica. O especialista lembra que raios entre nuvens são percebidos como um clarão no céu.
Nesse sentido, o meteorologista afirma que a variação na quantidade de raios detectados de um ano para o outro depende da formação de nuvens associadas a tempestades. Por isso, em anos mais chuvosos, espera-se condições mais propícias para que haja raios. É válido ressaltar que o Ceará teve o mês de novembro mais chuvoso já contabilizado na história em 2022. A média de volume de chuva esperada para o período é de 5,8 milímetros. Porém, o índice do mês neste ano alcançou os 71 milímetros, superando as expectativas em 13 vezes.
O meteorologista da Funceme afirma que há possibilidade de incidência de raios nas chuvas que têm sido observadas neste fim de ano. “Mesmo que seja a pré-estação chuvosa, é observado o aumento gradativo das chuvas no estado, principalmente, no sul cearense. Não é descartado que haja chuva pontuais, mas com intensidade variando de moderada e forte, com rajadas de vento e sobretudo com incidência de descarga elétrica”.
Nesse contexto, Brito aponta que relâmpagos e trovões são indicativos que descargas elétricas podem ocorrer. “Eventos de chuva intensa com rajadas de vento, geralmente, estão associados às nuvens cumulonimbus, que possuem uma maior atividade elétrica, ou seja, a possibilidade de ocorrência de raios nesses cenários são maiores do que chuvas mais fracas e que não estão associadas às nuvens de tempestades”, pontua.
Por isso, caso haja previsão de chuvas intensas, a recomendação é não sair para rua ou não permanecer na rua durante o período. “Caso esteja longe da sua residência, procure abrigo em carros totalmente fechados, ônibus ou outros veículos fechados, em moradias ou em prédios”, sugere o especialista. Dentro de casa, também são necessários alguns cuidados para evitar acidentes. “O recomendado é não usar telefone com fio, exceto celulares, não ficar perto de tomadas, janelas ou portas metálicas e não tocar em qualquer equipamento que esteja ligado na rede elétrica”, declara Agustinho Brito.
Além disso, caso se depare com uma pessoa que foi atingida por uma descarga elétrica, o recomendado é chamar os profissionais da saúde para realizar os primeiros socorros, ligando 192. “Não é recomendado mexer com a pessoa que sofreu acidente com raio, sobretudo, pois você estará exposto a sofrer descarga elétrica. O raio pode cair novamente no mesmo local”, pontua o meteorologista.
Fonte: O Estado.


