PT já mira Ministério da Justiça, com provável ida de Dino para o STF.

 PT já mira Ministério da Justiça, com provável ida de Dino para o STF.

O Partido dos Trabalhadores já armou a estratégia para assumir a dianteira na disputa de bastidores por uma das pastas mais importantes da Esplanada: o Ministério da Justiça, caso se confirme a indicação de Flávio Dino (PSB/MA) para o Supremo Tribunal Federal. O político é hoje o favorito para a vaga da ministra Rosa Weber, que se aposenta no fim deste mês. Entre os nomes cotados para a vaga de Dino está até mesmo o da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

O cargo é considerado estratégico pela interface com vários setores do Executivo, tanto nas áreas de segurança, economia e relações internacionais quanto pelo controle de órgãos sensíveis, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. A subdivisão da pasta, retirando do Ministério da Justiça o comando da Segurança Pública, tem a oposição da atual gestão. É também o ponto fraco de Dino, que, segundo críticos do ministro, não tem projeto para o setor. A segurança pública escalou para o topo das cobranças da população, de acordo com avaliações recentes do governo federal.

A situação vem expondo o governo Lula a desgaste, com episódios rumorosos que inclusive envolvem órgãos federais, como o caso — considerado “emblemático do descontrole” — da abordagem da Polícia Rodoviária Federal que resultou na morte de uma criança de 3 anos, no Rio de Janeiro. O crime levou Lula a uma rede social para declarar que é “algo que não pode acontecer” — sinalizando com um limite claro ao subordinado no ministério.

A resposta de Dino foi considerada “tímida” por observadores do Planalto. O ministro determinou abertura de investigação pela PF e apuração interna. “Nós do Ministério da Justiça estamos acompanhando, mas não nos cabe antecipar juízo”, declarou. “Há um esforço sincero de redução das mortes de ação policial na PRF.”

Em caso de desdobramento da pasta da Justiça, iniciativa que também chegou a ser cogitada durante o mandato de Jair Bolsonaro, o PT conta com uma fragilidade política: a explosão da violência urbana na Bahia no decorrer das gestões do partido no estado. A Bahia lidera o hanking de mortes por atos violentos há quatro anos, superando o Rio e São Paulo, estados mais populosos e com histórico de altíssimos índices.

Em Salvador e cidades importantes do estado, como Juazeiro, o crime organizado mede forças com as autoridades de segurança, inclusive com atos de provocação, como ataques a delegacias, órgãos de segurança e incineração de ônibus. A morte de um policial federal, com mais de dez anos de carreira na instituição, durante confronto com marginais, na última sexta, também levou Lula a se manifestar publicamente, em mais um sinal de desgaste provocado pela segurança pública. Na ocasião, Lula declarou “profunda tristeza e indignação”.

Fonte: R7.

J Cabral

http://reporterjcabral.com.br/

J Cabral Repórter correspondente das noticias do Ceará, da TV Sol Talismã de Salgueiro-PE e Rádios da Região.

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